sábado, 19 de dezembro de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 08:28 0 comentários

Natal

A história dá-nos os anos de 6 ou 5 aC como data provável do nascimento de Jesus. O fato de o Senhor ter nascido AC, se deve a um erro de cálculo. Dionysius Exiguus, um monge Romano do séc. VI, falhou no cálculo dos anos da sua era Cristã. Ele colocou o nascimento de Cristo pelo menos 5 ou 6 anos tarde demais. Devido a este fator a data de nascimento deve ser 5 ou 6 a.C.

Jesus nasceu em 25 de dezembro? Pouco provável. O inverno era chuvoso e gelado na Judéia no mês de dezembro. É improvável que os pastores passassem uma noite de dezembro em campo aberto. Mas, provavelmente o nascimento do Senhor tenha ocorrido na primavera, época, quando as noites são frescas e os pastores ficam acordados apascentando as ovelhas nos campos.

Natal, a origem:
A celebração do Natal antecede o cristianismo em cerca de 2000 anos. Tudo começou com um antigo festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro, o Zagmuk. Para os mesopotâmios, o Ano Novo representava uma grande crise. Devido à chegada do inverno, eles acreditavam que os monstros do caos enfureciam-se e Marduk, seu principal deus, precisava derrotá-los para preservar a continuidade da vida na Terra. O festival de Ano Novo, que durava 12 dias, era realizado para ajudar Marduk em sua batalha. A tradição dizia que o rei devia morrer no fim do ano para, ao lado de Marduk, ajudá-lo em sua luta. Para poupar o rei, um criminoso era vestido com suas roupas e tratado com todos os privilégios do monarca, sendo morto e levando todos os pecados do povo consigo. Assim, a ordem era restabelecida. Um ritual semelhante era realizado pelos persas e babilônios. Chamado de Sacae, a versão também contava com escravos tomando lugar de seus mestres.
A Mesopotâmia inspirou a cultura de muitos povos, como os gregos, que englobaram as raízes do festival, celebrando a luta de Zeus contra o titã Cronos. Mais tarde, através da Grécia, o costume alcançou os romanos, sendo absorvido pelo festival chamado Saturnalia (em homenagem a Saturno). A festa começava no dia 17 de dezembro e ia até o 1º de janeiro, comemorando o solstício do inverno. De acordo com seus cálculos, o dia 25 era a data em que o Sol se encontrava mais fraco, porém pronto para recomeçar a crescer e trazer vida às coisas da Terra.
Durante a data, que acabou conhecida como o Dia do Nascimento do Sol Invicto, as escolas eram fechadas e ninguém trabalhava, eram realizadas festas nas ruas, grandes jantares eram oferecidos aos amigos e árvores verdes - ornamentadas com galhos de loureiros e iluminadas por muitas velas - enfeitavam as salas para espantar os maus espíritos da escuridão. Os mesmos objetos eram usados para presentear uns aos outros.
Apenas após a cristianização do Império Romano, o 25 de dezembro passou a ser a celebração do nascimento de Cristo. A maior parte dos historiadores afirma que o primeiro Natal como conhecemos hoje foi celebrado no ano 336 d.C.. A troca de presentes passou a simbolizar as ofertas feitas pelos três reis magos ao menino Jesus, assim como outros rituais também foram adaptados e cristianizados.

As origens dos símbolos natalinos (renas, trenó, duendes, arvores, presentes, etc.) são seculares e possuem como fundamento, diversas lendas pagãs; representavam a forma das religiões não cristãs cultuarem suas divindades.

Papai Noel, a origem:
A crença no Papai Noel, tem origem na Igreja Católica, como uma homenagem prestada ao padre Saint Claus, que conforme relatos, em data próxima ao natal, distribuía entre a população presente. Inclusive, nos Estados Unidos, o Papai Noel é conhecido por: “Santa Claus”.O bom velhinho, sutilmente toma para si, atributos exclusivos do Todo Poderoso, por exemplo:

a) Onisciência – Conhece cada criança e seu comportamento. E poderosamente conhece o pedido de cada uma.
b) Onipresença – Numa única hora, consegue estar em todos os lugares, na difícil missão de descer pela chaminé e deixar o presente.
c) Onipotência – Tem poder para Julgar , fazer renas voarem e ainda para controlar o tempo.
d) Eternidade - É sempre o mesmo por séculos.

Papai Noel, Uma lenda cercada de mistério e magia
Quem nunca acreditou em Papai Noel? Um velhinho com roupas vermelhas, barba branca, cinto e botas pretos que passa de casa em casa para deixar presentes às famílias. De geração em geração, a lenda do Santa Clauss ganha mais realidade no mês de dezembro, quando o mundo celebra o nascimento de Jesus Cristo. Será que ele existe? Será lenda? Bem, isso depende de cada um. Mas diz a história que o bom velhinho foi inspirado na figura de um bispo que de fato existiu.

São Nicolau nasceu no século 3, em Patras, na Grécia. Quando seus pais morreram, ele doou todos os seus bens e optou pela vida religiosa. Com apenas 19 anos, foi ordenado sacerdote e logo tornou-se arcebispo de Mira. Dizia-se que na cidade em que ele nasceu viviam três irmãs que não podiam se casar por não ter dinheiro para o dote. O pai das meninas resolveu, então, vendê-las conforme fossem atingindo a idade adulta. Quando a primeira ia ser vendida, Nicolau soube do que estava acontecendo e, em segredo, jogou através da janela uma bolsa cheia de moedas de ouro, que foi cair numa meia posta para secar na chaminé. A mesma coisa aconteceu quando chegou a vez da segunda. O pai, afim de descobrir o que estava acontecendo, permaneceu espiando a noite toda. Ele então reconheceu Nicolau, e pregou sua generosidade a todo o mundo.

A fama de generoso do bom velhinho, que foi considerado santo pela Igreja Católica, transcendeu sua região, e as pessoas começaram a atribuir a ele todo tipo de milagres e lendas. Em meados do século 13, a comemoração do dia de São Nicolau passou da primavera para o dia 6 de dezembro, e sua figura foi relacionada com as crianças, a quem deixava presentes vestido de bispo e montado em burro. Na época da Contra-reforma, a Igreja católica propôs que São Nicolau passasse a entregar os presentes no dia 25 de dezembro, tal como fazia o Menino Jesus, segundo a tradição destes tempos e que ainda hoje continua em alguns pontos da América Latina.

Os holandeses, no século 17, levaram para os Estados Unidos a tradição de presentear as crianças usando a lenda de São Nicolau - a quem eles chamavam Sinter Klaas. Os verdadeiros impulsores do mito de Santa Claus - nome que o Papai Noel recebeu nos Estados Unidos - foram dois escritores de Nova York. O primeiro, Washington Irving, escreveu em 1809 um livro em que São Nicolau já não usava a vestimenta de bispo, transformando-o em um personagem bonachão e bondoso, que montava um cavalo voador e jogava presentes pelas chaminés. Em 1823, um poema de um professor universitário, Clement C. Moore, enalteceu a aura mágica que Irving havia criado para a personagem, trocando o cavalo branco por renas que puxavam um trenó.

Ao longo do século 19, Santa Claus foi representado de muitas maneiras. Ele teve diferentes tamanhos, vestimentas e expressões, desde um gnomo jovial até um homem maduro de aspecto severo. Em 1862, o desenhista norte-americano de origem alemã Thomas Nast realizou a primeira ilustração de Santa Claus descendo por uma chaminé, embora ainda tivesse o tamanho de um duende. Pouco a pouco ele começa a ficar mais alto e barrigudo, ganhar barba e bigode brancos e a aparecer no Pólo Norte.

O símbolo de Santa Claus foi logo utilizado pela publicidade comercial. Em 1931, a Coca-Cola encomendou ao artista Habdon Sundblom a remodelação do Santa Claus de Nast para torná-lo ainda mais próximo. Sundblom se inspirou em um vendedor aposentado e assim nasceu - de uma propaganda da Coca-Cola! - o Papai Noel que a gente conhece.

Árvore de Natal, a origem:
A origem da árvore de Natal é mais antiga que o próprio nascimento de Jesus Cristo, ficando entre o segundo e o terceiro milênio A.C.. Naquela época, uma grande variedade de povos indo-europeus que estavam se expandindo pela Europa e Ásia consideravam as árvores uma expressão da energia de fertilidade da Mãe Natureza, por isso lhes rendiam culto.
O carvalho foi, em muitos casos, considerado a rainha das árvores. No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diferentes enfeites nele para atrair o espírito da natureza, que se pensava que havia fugido.
A árvore de Natal moderna surgiu na Alemanha e suas primeiras referências datam do século 16. Foi a partir do século 19 que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados Unidos, Porto Rico e depois, já no século 20, virou tradição na Espanha e na maioria da América Latina.

Presépio, a origem:
As esculturas e quadros que enfeitavam os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais semilitúrgicas que aconteciam durante a missa de Natal serviram de inspiração para que se criasse o presépio, que hoje é uma tradição na Itália, na Espanha, na França, no Tirol austríaco, na Alemanha, na República Checa, na América Latina e nos Estados Unidos.
A tradição católica diz que o presépio surgiu no século 13, quando São Francisco de Assis quis celebrar um Natal o mais realista possível e, com a permissão do papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, um boi e um jumento vivos perto dela. Nesse cenário foi celebrada em 1223 a missa de Natal. O sucesso dessa representação do presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres européias e de lá foi descendo até as classes mais pobres.
Na Espanha, a tradição chegou pela mão do monarca Carlos III, que a importou de Nápoles no século 18. Sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos se estendeu ao longo do século 19 e na França não o fez até inícios do século 20.

Enfeites de Natal, o significado:
As bolas e estrelas que enfeitam a árvore de Natal representam as primitivas pedras, maçãs ou outros elementos que no passado enfeitavam o carvalho precursor da atual árvore de Natal. Cada um desses enfeites tem em si um significado.
Antes de que fossem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores e simbolizam a purificação, com a chama sendo acesa como a representação de Cristo, a luz do mundo. As ferraduras são um clássico amuleto que atrai a boa sorte.
As habituais pinhas se utilizam como um símbolo da imortalidade e os sininhos como mostra do júbilo natalino. As maçãs e as bolas de cores, sua mais tradicional variante, desenvolvidas pelos sopradores de vidro da Boêmia do século 18, são signos que atraem de abundância.
Finalmente, as estrelas anunciam os desígnios de Deus. Segundo conta a Bíblia, cada estrela tem um anjo que vela por ela, crença que suporta a antiga idéia de que cada uma das que povoa o firmamento é em si mesma um anjo. A que se põe no alto da árvore de Natal refere-se à de Belém.

Missa do Galo, a origem:
É com o nome de Missa do Galo que se conhece a missa celebrada na noite de Natal. Sua denominação provém de uma fábula que afirma que foi esse animal o primeiro a presenciar o nascimento de Jesus, ficando encarregado de anunciá-lo ao mundo. Até o começo do século 20 era costume que a meia-noite fosse anunciada dentro do templo por um canto de galo, real ou simulado.
Essa missa apareceu no século 5 e, a partir da Idade Média, transformou-se em uma celebração jubilosa longe do caráter solene com que hoje a conhecemos. Até princípios do século 20, perdurou o costume de reservar aos pastores congregados ali o privilégio de serem os primeiros a adorarem o Menino Jesus. Durante a adoração, as mulheres depositavam doces caseiros, que logo trocavam por pão bento ou Pão de Natal.
Era também costume reservar um pedaço deste pão como amuleto, ao qual só se podia recorrer em caso de doença grave. Outra tradição que perdurou é a de estrear nessa noite uma peça de roupa com a qual se afastava o demônio.
Em algumas regiões, esta missa se celebra durante as primeiras horas do dia. Na maioria dos países da América de língua espanhola é tradição que toda a família acuda a ela unida e para os panamenhos é o momento mais importante das festas.

Esta palavra é direcionada aos “cristãos evangélicos”:
Irmãos, é inadmissível a existência dos símbolos natalinos (árvores, enfeites; coroas; Papai Noel; presépios; anjos; etc.) em nossos lares. São oriundos do paganismo e ou catolicismo e destoam profundamente dos ensinos expressos na Bíblia. Todos os nossos atos devem visar à honra e a glória de nosso Mestre, a entrada dos símbolos natalinos em nossas casas nos afasta da verdade divina.

Como devemos ver o natal?
Encare o natal como uma “data simbólica”, mundialmente aceita em comemoração ao nascimento do Senhor Jesus e apenas isto!
Não participe dos costumes e práticas comuns àqueles que continuam a andar conforme seus próprios impulsos, na ignorância espiritual.

Quanto às crianças, é urgente ensiná-las que tudo isto é uma prática comum às demais religiões, não aconselhável aos seguidores das verdades expressas na Bíblia, não é uma fonte de bênção para nossa vida. Cultivar a idéia da existência do Papai Noel, certamente é loucura diante do Eterno. E, não procure justificativas para manter viva em seu lar ou igreja as tradições natalinas. Lembre-se, que todas as práticas pagãs são contrárias aos princípios do Senhor, inclusive, as adaptadas ao cristianismo.

Verdadeiramente, o dia de nosso Senhor Jesus, é aquele consagrado para servi-LO e honrá-LO. E isto quando é feito com o coração puro e santo, sobe diante do trono, como aroma suave e agradável.

Ao ler esta mensagem, é provável que a denomine de inconsistente, devido a não citação de textos bíblicos, irmãos o tema é tão claro e óbvio que é desnecessário. No entanto, gostaria que você fosse espiritual o suficiente para deixar o Espírito Santo ministrar em teu coração. Não lute contra a verdade explicita do Senhor e não seja partidário daqueles que levados pela carne (desejos, emoções, tradições, etc.) logo declaram: “Não tem nada a ver!” e como cegos que são, compartilham dos mesmos costumes comuns aos que vive uma realidade não bíblica.

Em nossos dias o natal, de certa forma, continua representando uma festa pagã, declaradamente dedicada ao consumismo, para alegria do comércio.

Eu não sou contra a realização de cultos no dia 25 de dezembro. Devemos honrar e louvar o Senhor Jesus todos os dias do ano, inclusive, no data simbolicamente dedicado ao Seu nascimento. Mas, sou profundamente contrário à importação de costumes e práticas sabidamente anti-bíblicas e a sua inclusão na igreja de Cristo Jesus.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 09:06 0 comentários

Jesus na nossa vida


A publicação em Portugal do recente livro de Bento XVI sobre a pessoa de Jesus é uma ocasião propícia para reflectir sobre o que Ele representa para nós.
Mas antes disso, uma série de perguntas pode ajudar-nos a percorrer o caminho de uma resposta que se pode apresentar tão inquietante quanto consoladora: o que conheço da vida de Jesus? Já li os evangelhos? Sinto-me familiarizado com as suas palavras? Compreendo o significado dos seus gestos? Percebo o alcance do seu amor por nós? Dialogo com Jesus? Rezo-Lhe? Compreendo que a maior prova de amor que a humanidade conheceu aconteceu na cruz? Apercebo-me que represento Cristo quando me apresento como cristão? Tenho consciência que quando comungo o Corpo de Cristo torno-me em seu sacrário? Confio N'Ele a ponto de deixar de lado as minhas ideias e seguranças?
Desde o nosso baptismo que Jesus faz parte da nossa vida. Com ele aprendemos a rezar, a dar valor ao que interessa, a amar os que nos querem bem e os que nos querem mal, a saber perdoar, a cultivar a bondade nos gestos e palavras, a combater a injustiça, a socorrer os mais necessitados e a construir a paz.
Com frequência acontece-nos que o que é essencial fica esquecido na quotidianidade. E outras vezes só quando nos falta o que damos por adquirido é que percebemos a sua importância na nossa vida.
A breve história anónima que vos proponho de seguida pode ajudar-nos a compreender o amor de Cristo por nós e o quanto a sua presença por vezes nos passa despercebida:
«Um excelente nadador tinha o costume de correr até à água e de molhar apenas o dedo grande do pé antes de mergulhar. Alguém intrigado com aquele comportamento, perguntou-lhe qual a razão daquele hábito.
O nadador sorriu e respondeu: "Há alguns anos eu era professor de natação. Ensinava a nadar e a saltar do trampolim. Certa noite, eu não conseguia dormir, e fui até à piscina para nadar um pouco. Não acendi a luz porque a lua brilhava através do tecto de vidro da piscina. Quando estava no trampolim, vi a minha sombra na parede da frente. Com os braços abertos, a minha imagem formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando a minha imagem. Nesse momento pensei na cruz de Jesus Cristo e no seu significado. Eu não era cristão, mas quando era criança ouvi dizer que Jesus tinha morrido na cruz para nos salvar pelo seu precioso sangue. Naquele momento as palavras daquele ensinamento vieram-me à mente e fizeram-me recordar o que tinha aprendido sobre a morte de Jesus. Não sei quanto tempo fiquei ali parado com os braços estendidos. Finalmente desci do trampolim e fui até à escada para mergulhar na água. Desci a escada e os meus pés tocaram no piso duro e liso do fundo da piscina. Tinham esvaziado a piscina e eu não tinha percebido. Tremi todo e senti um arrepio nas costas. Se eu tivesse saltado seria o meu último salto. Naquela noite a imagem da cruz na parede salvou a minha vida. Fiquei tão agradecido a Deus, que ajoelhei-me na berma da piscina, pedi perdão dos meus pecados e entreguei-me a Cristo, consciente de que foi exactamente numa cruz que Jesus morreu para me salvar. Naquela noite fui salvo duas vezes e, para nunca mais me esquecer, sempre que vou à piscina molho o dedo do pé antes. Deus tem um plano na vida de cada um de nós e não adianta querermos apressar ou atrasar as coisas pois tudo acontece no seu devido tempo e esse tempo é o tempo de Deus e não nosso".»

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 13:24 0 comentários

Como a fé influencia sua vida




A cura de doenças, o sucesso no trabalho, a felicidade no amor, a inspiração das artes, a solução da crise econômica e o sentido da vida podem ser apenas uma.
por Edmundo Clairefont"Todos de pé." O padre Anísio Baldessin solta a ordem em direção ao grupo de 11 enfermos distribuídos nas fileiras de bancos à sua frente. Vestidos com aventais azul-claros, pulseiras de plástico com seus nomes e o tipo de sangue atadas ao pulso, três deles não têm força para levantar. Com os olhos cerrados, permanecem quase imóveis em cadeiras de rodas. E começam a rezar, na tentativa de se apegar à vida que insiste em acabar. Todos passaram ou passarão nos próximos dias por delicadíssimos procedimentos cirúrgicos: uma desobstrução coronária, uma intervenção torácica, um transplante. São 11h da manhã de um domingo, e na capela do Instituto do Coração de São Paulo, o InCor, não existe espaço para pequenas esperanças e desejos mundanos. Existe fé, muita fé.
Desde 2000, mais de 6.000 estudos foram publicados sobre a relação entre religião e saúde "Comovente, não é?", diz o capelão de 45 anos após encerrar a missa. "Eles precisam lidar com a doença, com a dor, com a proximidade da morte. E sabe o que eu digo? Eu digo que rezar ajuda. Não tem milagre aqui, mas tem conforto, apoio e esperança. E você percebeu como eles saíram mais tranquilos, confortáveis, agradecidos?"Há 17 anos percorrendo todos os dias as alas do complexo do Hospital das Clínicas, onde fica o InCor, o padre participa de um dos raros momentos em que religião e ciência afastam suas diferenças para concordar: ter fé faz bem à saúde. Católicos, judeus, hindus, espíritas, budistas, evangélicos, agnósticos... Não importa a religião - ou a falta de. Basta crer.
Pessoas que praticam meditação (processo semelhante a uma oração profunda) por um período superior a 15 anos têm os lobos frontais exercitados. O melhor funcionamento dessa região cerebral ajuda a aperfeiçoar a memória De 2000 para cá, mais de 6.000 trabalhos sobre o tema foram publicados nos Estados Unidos. São documentos que professam o poder da crença e do auxílio religioso sobre a saúde combalida. Lançam dados impressionantes, como um estudo da Universidade de Pittsburgh que mostra o aumento de três anos na expectativa de vida de quem frequenta a igreja. Ou outro que aposta na redução dos níveis de cortisol, o hormônio associado ao estresse, em indivíduos religiosos. Pessoas que praticam meditação, processo físico semelhante ao da oração profunda, colocam para funcionar uma região do cérebro chamada de lobo frontal, conhecida também por aprimorar a memória.No Canadá, cientistas da Universidade de Toronto afirmam que acreditar em Deus reduz a ansiedade. Uma pesquisa comandada pela Universidade de Miami sinalizou que portadores do HIV com alguma crença espiritual apresentam níveis maiores das células de imunidade CD4.
Aquele que tem ciência e arte tem também religião; o que não tem nenhuma delas que tenha religião!Goethe, escritor (1832)São trabalhos controversos. A oposição científica, religiosa e intelectual atira seus dardos em direção a questões éticas, à validade e aos procedimentos utilizados. Tenta pôr em xeque a união da medicina e da religião. Alerta para a redução da fé a processos químicos e impulsos elétricos. Questiona a utilidade de conectar duas áreas que correm separadas, porque atendem a ramos distintos da experiência humana. E pergunta: o.k., são lindas as imagens do cérebro ativado por uma oração profunda. Mas o que queremos com isso? Que utilidade terá para a medicina saber que uma parte da nossa massa cinzenta pisca quando rezamos?TER FÉ É COISA DA SUA CABEÇAO mapeamento da atividade cerebral durante a experiência religiosa foi o ponto de partida para as conclusões registradas por Andrew Newberg, professor de radiologia, psicologia e estudos religiosos da Universidade da Pensilvânia, no livro Why God Won't Go Away (Por que Deus Não Vai Embora, inédito no Brasil).
"Deus é um conceito com o qual medimos a nossa dorEu não acredito em mágicaEu não acredito em I-ChingEu não acredito na BíbliaEu não acredito em tarôEu não acredito em HitlerEu não acredito em JesusEu não acredito em KennedyEu não acredito em BudaEu não acredito em mantraEu não acredito em GitaEu não acredito em iogaEu não acredito em reisEu não acredito em ElvisEu não acredito em BeatlesEu só acredito em mim.Em Yoko e em mim.E essa é a realidadeO sonho acabou.O que eu posso dizer?"
John Lennon, músico (1970)Ele reuniu um grupo de freiras franciscanas e monges tibetanos e analisou como o cérebro desses indivíduos reagia durante os períodos de reza e profunda concentração. Notou um aumento na atividade do lobo frontal e uma redução na do lobo parietal, área que comanda a orientação espacial. Esse fenômeno seria a origem das sensações divinas, extracorporais.O professor sugere que o corpo humano estaria equipado para a religião. "Esses mecanismos foram adotados durante a evolução. As crenças e atos religiosos seriam benéficos para o organismo", diz ele no livro. A fé acabaria responsável por formar grupos, minorar o isolamento e disseminar hábitos positivos. Ou seja, colocar um pouco de ordem na sociedade.
Uma pesquisa da Universidade de Miami sinalizou: portadores do vírus HIV que afirmam ter uma crença espiritual apresentam níveis maiores das células de imunidade CD4.Comparar-se a um ser superior, ser feito a sua imagem e semelhança, teria inevitáveis e vantajosas consequências no jeito com que o homem se enxerga no espelho e dentro do mundo. Em como ele resiste aos anos, ao trabalho, aos perigos físicos, às dores da alma e do corpo. Uma longa lista de questionáveis e não questionáveis benesses comportamentais e existenciais parte dessa linha de pensamento.METADE DOS ANALGÉSICOSO pastor João Silvio Rocha, de 44 anos, é capelão do Hospital das Clínicas de Campinas, no interior de São Paulo. Na companhia de um padre residente, João passa o dia visitando entre 20 e 25 pacientes em seus leitos.
A Universidade de Duke reuniu 595 doentes, todos com mais de 55 anos e religiosos, e lhes perguntou se sua condição era uma "punição de Deus". No grupo dos que acreditavam na ideia do castigo divino, a taxa de mortalidade foi 28% maiorEle diz que, além de contar com a simpatia dos médicos, a sua presença traz uma sensível melhora no humor e na disposição dos enfermos. Houve uma vez em que o pastor e o padre foram até o setor de oncologia. Era dia de celebrar aniversários, comer bolo, tomar refrigerante e suco. Os dois falaram com os doentes e distribuíram bênçãos. Ao final, rezaram todos. Na tarde seguinte, uma enfermeira fez chegar ao ouvido dos dois: "Depois que vocês visitam os pacientes aquilo vira um silêncio, uma tranquilidade. Usamos metade dos analgésicos de um dia comum".
A Universidade de Duke fez outra pesquisa: mediu o índice de interleucina-6 (uma proteína associada ao funcionamento do sistema imunológico) em um grupo de pessoas. O nível da substância foi maior entre aqueles que mantinham hábitos religiosos. Ou seja: a resistência a doenças era maior Professor de medicina comportamental da Universidade de Columbia, nos EUA, o psiquiatra Richard Sloan explica que esse tipo de percepção é dúbia. "A experiência da enfermeira é puramente casual", afirma. Sloan lançou no ano passado o livro Blind Faith: The Unholy Alliance of Religion and Medicine (Fé Cega: A Profana Aliança entre a Religião e a Medicina, inédito no Brasil), em que compilou os porquês e os senões de tratar a crença do paciente como uma ferramenta medicinal.
"Três quartos das demandas existentes no mundo são românticas; baseadas em visões, idealismos, esperanças e afeições; e a regulagem da bolsa é, em essência, a regulagem da imaginação e do coração."John Ruskin, crítico de arte (1862) "Na neurologia não existe nada que prove que rezar cure mais que qualquer outro tipo de estímulo cerebral positivo", diz a neurologista Elizabeth Quagliato, professora da Faculdade de Medicina da Unicamp. "Não se trata de afirmar que a religião pode ou não pode ser fisicamente boa. Claro que ela é. Ela nos deixa mais serenos, diminui a ansiedade e a tensão em situações extremas como as que se vive em um hospital. Mas, nesse sentido, ela funciona como mais um entre tantos outros estímulos que o cérebro recebe o tempo inteiro. E religião não é só isso. Quem não é religioso também se cura."
"Eu estou convencido de que a partir de 2010 essa crise já será coisa do passado aqui e em outros países."Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da república (2008)
"A crise não está nem perto do fim."Bruce Scott, Economista (2009)OBAMA E A ECONOMIA DA FÉ Não há a menor chance de negar que o planeta vive a marola de uma crise. Quando o novo presidente dos Estados Unidos Barack Obama pede fé na recuperação do mercado financeiro, ele personifica e atrai expressões de crença política, ideológica e econômica. O espectro que paira sobre seu governo é curioso. A edição 583 da revista Amazing Spider Man trouxe o político como estrela de uma aventura do Homem-Aranha. Sua aparição na aventura de cinco páginas fez com que o título liderasse em janeiro o mercado americano de quadrinhos. As vendas escalaram o teto dos 350 mil exemplares, o melhor desempenho do gibi em 15 anos.
Estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, afirma que acreditar em Deus reduz o estresse e a ansiedade
Imagens das reações cerebrais diante de situações de tensão mostravam nos ateus maior atividade do córtex cingulado anterior. A região libera sinais para que o comportamento seja alterado. Conclusão: quem acredita em Deus é mais tranquilo ao processar esses estímulos e reage a um erro com menos urgênciaNo dia de sua posse, 1,8 milhão de pessoas compareceram ao memorial a Abraham Lincoln, em Washington. A multidão, que superou o 1,2 milhão de pessoas que Lyndon Johnson reuniu em 1965, enfrentou os 3 0C negativos porque acredita em Obama. Gente que foi ouvi-lo "agradecer a confiança depositada em mim". Gente que crê no democrata para soprar "as nuvens acumuladas e as tempestades assoladoras do porvir".E quando ele promete combater "o enfraquecimento da confiança em nosso país" - um medo angustiante de que o declínio da América seja inevitável e de que a próxima geração seja obrigada a reduzir suas expectativas -, o que ele diz é que "estamos reunidos neste dia porque optamos pela esperança em lugar do medo". No Brasil, a Fundação Getulio Vargas é a responsável por colher e compilar dados como o Índice de Confiança do Consumidor. A sondagem chegou em fevereiro a seu menor nível desde 2005, com 94,6 pontos.
Doentes internados que dizem ter fé apresentam o organismo com presença reduzida de cortisol, o hormônio associado ao estresse. Uma menor concentração da substância diminui a pressão sanguínea, estimula a imunidade e regula o nível de açúcar no sangue
A Universidade de Indiana fez levantamento em um centro de oncologia e ouviu de 75% dos pacientes que "É muito útil" quando os médicos conversam com eles sobre questões religiosas "Esse indicador captura a crença de que a economia vai melhorar ou piorar. É um índice estritamente subjetivo, que mesura percepções", diz o economista da casa, Marcos Fernandes. "O funcionamento disso é curioso. Quando os dados são negativos, os agentes do mercado perdem confiança. A economia, sem o crédito do mercado, retrai ainda mais. O consumidor vê isso e faz o quê? Descrê. Um tempo de crise apresenta esse efeito alimentador." Se o mercado, desconfiado, desaquece a economia, que desanima a confiança do consumidor, que esfria o mercado novamente, o que encerra o ciclo? O que faz com que as pessoas vejam o túnel, a luz e a saída? "Você quer a resposta que os economistas acreditam ter? Ninguém sabe. Nem eles."
"Eu estou pedindo que vocês acreditem. Não apenas na minha habilidade de promover mudanças reais em Washington. Eu estou pedindo que vocês acreditem em si mesmos."Barack Obama, presidente dos EUA O que Marcos Fernandes sabe é que um fiapo, uma pequena melhora num indicador, o desempenho mais fresco de algum setor, uma frase de um presidente ou de um ministro pode iniciar a reversão. "E isso não quer dizer que não haja dados, lógica ou ciência na economia. Mas ela funciona, de certa forma, como um organismo. Existem coisas ponderáveis, fixas, e existem variantes, o imprevisível. A fé entra aí", afirma. E é a crença que move empreendedores. Um componente que estimula arriscar, tentar o que não foi feito. No saldo, resulta em novas tecnologias e em novos produtos. Em oferta e venda. "Essas pessoas não são loucas. Elas têm dados, informações. Mas, num organismo complexo, há uma quantidade enorme de elementos. E o que permite alguém definir, acreditar qual será o seu caminho nele, é a fé. Nesse sentido, ela é muito positiva. Faz girar a engrenagem da economia."
O QUE A CIÊNCIA QUER?Richard P. Sloan, psiquiatra da universidade de Columbia
"Se pegarmos a colossal quantidade de estudos sobre a aproximação da religião com a medicina, dá para dizer de cara que a maioria é pobre em rigor científico. Outro ponto fácil de notar é que muitos deles foram divulgados em publicações com pouquíssimo lastro, de modo que não merecem muita consideração. Mesmo assim, alguns desses trabalhos andam sendo bastante comentados, discutidos. Revistas e jornais do mundo inteiro têm dedicado várias de suas páginas a explorar o tema. É impossível num espaço pequeno analisar cada um deles. As questões sobre a relação entre ciência e crença eu aprofundo em meu último livro. Em linhas gerais, o que se vê são resultados inconclusivos e suposições. Não existem pesquisas sistemáticas que mostrem, por exemplo, que as atividades de um padre, ou de outra figura religiosa, tenham algum efeito real de cura na saúde física. A religião pode ajudar a superar um desconforto, a lidar com um momento difícil. E daí acontecer de os pacientes se sentirem melhores, mais confiantes. O problema é que isso não é o mesmo que dizer que existe uma influência física entre rezar e se curar. Outro tema: quando vejo as imagens do cérebro em atividade durante uma oração profunda, eu olho lindas figuras. O que não vejo é muito sentido em obter essas lindas figuras. Gostaria de entender, precisamente, o que de importante é observado ou aprendido com esse tipo de pesquisa? O que tiramos? O que nos ensina? E como isso se aplica à medicina, à ciência?"A CRENÇA NO TRABALHO O pesquisador Tiago Fuzaro e a professora Elaine Prodócimo, da Faculdade de Educação Física da Unicamp, foram aos números, à prancheta e a um time de futebol profissional feminino para peneirar como a fé se infiltra na formação de relações sociais.
"Sou um crente, pois creio firmemente na descrença. Não creio em Deus, mas sei que Ele crê em mim. Creio que a Terra é chata. Procuro, em vão, não sê-lo. Creio que as paralelas se encontram nos paralelepípedos."Millôr Fernandes, escritor (1968)Questionadas se eram religiosas, e observadas de perto, as atletas forneceram informações de como exibir uma crença, ou a falta dela, é agente determinante da rotina, das amizades e do desempenho no trabalho."As pessoas utilizam a religião como fundamento para definirem sua posição dentro de um grupo", afirma a professora. "Na equipe que estudamos, a maioria era assumidamente religiosa. Notamos a rejeição em relação às que se disseram ateias, mesmo que não inteiramente ditada por questões práticas, como talento e liderança."
"Quando meu amor jura que ela é feita da verdade, acredito, sim, no que diz, embora saiba que está mentindo."Shakespeare, dramaturgo (1609)Diante de problemas que ficam mais evidentes sob a pressão dos jogos, o estudo mostrou que compartilhar um credo era atalho para esmagar os atritos internos e engordar a confiança nas habilidades da companheira. "Tentamos responder se uma jogadora poderia ser preferida pelas suas parceiras por causa de atitudes que indiretamente demonstram fé. E quais características positivas e negativas eram atribuídas a elas", diz.
"Só sei que nada sei."Sócrates, filósofo"A empatia que se forma naturalmente com aquelas que dividiam uma crença se traduzia num ambiente de trabalho mais tranquilo. Elas eram classificadas de 'companheiras', 'pacientes' e 'fiéis'. Já as atletas do grupo minoritário apresentavam mais problemas para realizar as mesmas tarefas. Eram 'falsas', 'arrogantes' e 'egoístas'." ESTALOS DE ARTE O escritor e satírico americano H. L. Mencken (1880-1956) escreveu em 1924 algumas ideias que demonstram a tautologia por trás da palavra fé. Não acreditar em nada é acreditar que não acredita em nada. E isso é ter uma fé. "Já entrei em igrejas mais de uma vez, procurando sinceramente sentir o estalo de que tanto falam os religiosos. Mas nem mesmo na Catedral de São Pedro, em Roma, experimentei o mínimo sintoma. O máximo, no mais solene momento, foi um deleite sensual por sua beleza - um deleite exatamente igual ao que me invade quando ouço Tristão e Isolda, de Wagner, ou a Quarta Sinfonia de Brahms. Os efeitos de tais músicas são, na realidade, mais agudos que o da liturgia, mas só porque Brahms e Wagner me comovem mais poderosamente que os santos."
Estudo da Universidade de Pittsburgh indica que pessoas que frequentam igrejas vivem 2 a 3 anos a mais que aqueles que não declaram hábitos religiosos. O mesmo trabalho exibe uma comparação: praticar exercícios aumenta a expectativa de vida de 3 a 5 anosNas artes, o ato de depositar total crédito em algo ou alguém é um motor potente. A música que convocou os estalos de Mencken foi capaz de sustentar outros movimentos. Não é possível pensar no punk sem adicionar uma colher de crença política, mesmo que em uma anarquia fajuta. Tampouco revistar o rock psicodélico dos anos 60 sem encontrar em seu bolso a confiança absoluta de que certas fumaças e substâncias químicas eram a porta para outro tipo de percepção da realidade. Ou ainda mergulhar até o pescoço nas ondas da bossa nova sem acreditar no amor eterno de um Vinicius de Moraes.
92,6% dos brasileiros disseram ao Censo de 2000 que são religiosos. A expectativa de vida no País é de 71,71 anos
85% dos suecos não acreditam em Deus, mostra estudo do sociólogo Phil Zuckerman, autor do livro Invitation to the Sociology of Religion (Convite à Sociologia da Religião). A expectativa de vida no país é de 80,74 anos"A fé não é uma abstração", afirma o historiador da Unicamp Leandro Karnal. "É uma expressão muito concreta que produz coisas reais. Produz fatos econômicos, arquitetura e arte. Produz relações sociais, felicidade e infelicidade. É um fenômeno riquíssimo. Trabalhar com a fé é trabalhar com uma das questões mais complexas e importantes da história humana."
"EU NÃO ACREDITO NESSAS REPORTAGENS...
...e acho uma bobagem a maioria dos estudos que querem dizer que a fé religiosa ajuda a curar. É misturar alhos com bugalhos. Há diversos pontos fracos nos levantamentos dessas universidades, na confusão de conceitos que pesquisadores e revistas espalham ao tomar a palavra fé. Como entrar com as ferramentas da ciência, que trabalha num campo de comprovação, em uma área que simplesmente despreza provas? Vamos imaginar o seguinte: pegue a fé em Deus. Um sujeito que crê nisso. Na cabine ao lado, vamos trancar alguém confiante em si, que tem fé em sua capacidade. E daí, digamos que consigamos estimular, de algum jeito, um sujeito para 'crer mais em Deus' e o outro para 'ser mais confiante'.Agora, imagina que esse sujeito confiante apresenta qualquer tipo de vantagem sobre o cara da cabine que acredita em Deus. A gente conclui o quê? Levantamos a hipótese de que uma 'dose maior de confiança em si' é melhor do que uma 'dose a mais de Deus'? Não faz sentido. Como damos uma dose a mais dessas coisas?Sabe o que a ciência pode fazer por nós? Ela pode ser mais modesta e aceitar que não entendemos zilhões de coisas. Essa fé grandiosa, a religião, exige uma humildade para dizer que 'não sei nada'. O sujeito só sabe que confia Nele. Ele suspende o intelecto. Implica dizer 'eu não vou discutir isso. Eu creio'. Simplesmente não estamos equipados para lidar com essa enormidade de questões. É preciso deixar claro que esse acreditar na religião é totalmente diferente da fé na economia, ou numa arte, num time de futebol, numa corrente política, na ciência. É um erro básico misturar. E se a gente tentar descascar infinitas áreas, obviamente vai ficar nisso para sempre. Nossas relações dependem de confiança, de acreditar. Quando conhecemos alguém e iniciamos uma conversa, é uma fé espontânea. Precisamos crer no que estamos falando e no que estamos ouvindo. Ou a gente não se comunica e passamos a viver embebidos em fé. Mas acho triste e perigosa a mescla de reflexões que fazem. Definitivamente, religião e ciência transitam em territórios distintos. Forçar os limites para encontrar uma explicação em algo que, por princípio, não precisa de uma me parece um indiscutível exercício de perder tempo."
Antônio Flávio Pierucci, professor de sociologia da religião na USP

terça-feira, 15 de setembro de 2009

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Maria, Mãe de todos nós

Maria acreditou nas palavras do anjo que dizia que ela seria a Mãe do Salvador. Maria disse SIM aos desígnios do Pai e o Espírito Santo gerou Jesus em seu seio, e assim veio ao mundo a salvação de todos os homens. Maria creu nas palavras do anjo no dia da Anunciação. Maria guardava no coração as palavras dos pastores a respeito dela e do menino. Ouviu as maravilhas que cortaram os que viram os anjos anunciarem a Vinda do Salvador e cantarem:Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados (Lc 2,14).Maria ouviu as palavras de Simão e de Ana no Templo e conservou tudo em seu coração de Mãe. Desde que o anjo disse:Eis que conceberás e darás à luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus (Lc 1,31). Maria sentiu realizar-se em seu ser o profundo mistério do Amor de Deus para com o homem. Ela seria a Mãe do próprio Deus feito homem. Realizava-se o mistério da Encarnação e a eternidade entrava na história. Maria era agora a mãe de Jesus, do Menino-Deus anunciado pelo anjo, que trazia para nós a vida eterna.
Durante toda a vida, percebemos que Maria escutou mais do que falou. Escutou o anjo, os pastores, Isabel, os reis magos, Simeão, Ana e, principalmente, José. Mais tarde, começou a escutar o povo de Nazaré, João Batista e os discípulos. Até quando perdeu o Menino, com 12 anos, no Templo, Maria, embora aflita, escutou o que lhe disse Jesus. Em seguida, desceu com eles à Nazaré e lhes era submissa. Sua Mãe guardava todas estas coisas no seu coração (Lc 2,51).
A exemplo de Maria, devemos conservar em nosso coração tudo o que Deus nos revela, quando se trata de preservar o tesouro de Deus, os dons e as graças que Deus nos dá, contra os inimigos que querem destruí-los.
Somos filhos de Deus, mergulhados na morte e ressurreição de Jesus, participantes da herança do Reino. E Jesus nos deu Maria como Mãe, na hora de Sua morte na cruz, para que tivéssemos uma proteção especial que só Mãe pode dar.
Quando Jesus viu sua Mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua Mãe: Eis aí teu filho.Depois disse ao discípulo:Eis aí tua Mãe.E dessa hora em diante o discípulo a levou para casa (Jo 19,26-27).
Maria acompanhou, não só João, mas todos os discípulos que se reuniam no início da Igreja. Estava presente no dia da Ascensão e quando foi derramado o Espírito Santo no dia do Pentecostes.
Na Encarnação, o Espírito Santo gerou Jesus, o Cabeça da Igreja; em Pentecostes, o Espírito Santo gerou à Igreja, o Corpo de Cristo. E ali estava Maria, Mãe da Igreja e Mãe de todos que crêem, intercedendo e se alegrando junto com os discípulos.
Acompanhando seus filhos durante estes 2.000 anos, Maria tem aparecido a muitos e em diversos lugares, principalmente neste século que termina. Sua missão é levar-nos a Jesus e chamar-nos à conversão. Com ternura de Mãe, ensina-nos o caminho de volta quando nos perdemos e mostra à humanidade que é preciso arrepender-se dos pecados e reconciliar-se com Deus. Ensina-nos a rezar, principalmente o Rosário, e a nos aproximarmos dos Sacramentos. Nas principais aparições desde o século passado: Lourdes, Guadalupe, Fátima, Medjugorje, Maria insiste na oração e na confiança em Deus. A ternura de Maria transparece sempre em suas mensagens.
Nas aparições de Medjugorje, as mais longas até hoje, neste momento tão difícil para a humanidade, Maria, como Mãe, nos ensina tudo o que devemos fazer para seguir Jesus.
Eis um trecho da mensagem de Medjugorje, em março deste ano: De modo especial os convido: rezem, porque somente com a oração vocês poderão vencer sua vontade e descobrir a Vontade de Deus, até mesmo nas mais pequeninas coisas… Filhinhos, desejo que vocês se tornem apóstolos do amor: Através de seu amor, filhinhos, se reconhecerá que vocês são Deus!
Doce Coração de Maria, sêde nossa salvação! Mãe de amor, Mãe de Jesus e Mãe de todos nós, ficai conosco e rogai por nós!

sábado, 4 de julho de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 18:42 0 comentários

Parábola de um Pai que ama

“Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente” (Lucas 15:11-13).

A Parábola do Filho Pródigo é a que conclui e a mais comovedora das três parábolas que Jesus ensinou para defender o seu tratamento com os pecadores. Poderia ter sido chamada Parábola de Um Pai que Ama ao invés de Filho Pródigo porque abre o coração de Deus e expõe os pensamentos dos homens pecadores. Mais ainda, era o filho mais velho ao invés do mais novo que Jesus queria que os seus críticos vissem, pois como ele, eles estavam tão perdidos quanto os “pecadores” que desprezavam, mas na sua arrogante auto-justiça, eles não o sabiam. Eles eram, de fato, os verdadeiros pródigos. Nesta parábola, Jesus propõe assegurar aos pecadores escarnecidos a grandeza do amor perdoador de Deus e de repreender até causar o arrependimento da arrogante insensatez dos seus críticos.

Esta parábola é uma história comovente do amor de um pai por seus dois filhos perdidos, cujo propósito é nos fazer sentir a sua angústia e a sua alegria. Uma ovelha perdida e uma moeda perdida, uma vez encontradas, podem facilmente ser endireitadas, mas o que se pode fazer com um filho teimoso e rebelde? Você pode repor uma ovelha ou uma moeda perdida, mas como se repõe um filho perdido? “Perdido” e “encontrado” chegam a sua intensidade total nesta história final.

O mais jovem dos dois filhos, contencioso para com seu pai e determinado a levar uma vida própria, exige adiantado a sua parte da herança (um terço, Deuteronômio 21:17). O seu orgulho e a sua rebelião afastaram todos os pensamentos da bondade do seu pai ou da dor que a sua partida trará. Neste momento, ele está completamente cheio de si mesmo. Não é uma imagem bonita.

O pai, sabendo muito bem do erro do menino, dá a ele sua herança e olha a partida do jovem – confiante, ingrato e sem noção do que lhe espera. Podemos questionar por que o pai não impediu o seu filho. A razão é simples: ele não impediu porque não poderia, pois no seu coração o menino já havia partido, ele já estava na “terra distante”.

Sem dúvida, o pródigo fez a sua viagem relativamente intoxicado com sua liberdade recém encontrada. Ele devia ter intenções de mais cedo ou mais tarde fazer a sua marca na vida, mas sem ninguém a quem responder e sem ninguém pra ligar, ele rapidamente acabou com sua herança numa orgia da carnalidade, e a liberdade na qual ele havia se exaltado logo virou o tipo mais abjeto da escravidão. Uma fome repentina o reduziu a última degradação (para um judeu) – cuidar de porcos para um homem que o manteve num estado de quase morto de fome. A terra distante tirou-lhe tudo que tinha e nada lhe deu. A própria liberdade que o havia seduzido agora praticamente o destruiu. Ele é o mais baixo de todos os servos.

Este jovem é um modelo perfeito do percurso egoísta da humanidade. Nós também recebemos uma herança rica de Deus – corpos sadios, mentes boas, relacionamentos amorosos, um mundo lindo. Ele “nos proporciona ricamente para nosso aprazimento” (1 Timóteo 6:17) com apenas uma provisão, que devemos reconhecer, agradecidos, a sua bondade. E o que temos feito? Nós pegamos estes presentes como se fossem nossos por direito e os desperdiçamos em empreendimentos que são ou pecaminosos ou sem sentido. A “terra distante” não é um lugar mas sim uma atitude. É a arrogância impensada que diz que não precisamos do Deus que nos criou e que estamos cansados de ele se metendo em nossas vidas. Então, declaramos independência daquele que nos dá ”vida, respiração e tudo mais”, daquele que até nos deu a independência! É quase impossível imaginar ser mais burro do que isso. Foi exatamente desta maneira que Paulo descreveu a degradação do antigo mundo gentio, “porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (Romanos 1:21).

O “filho pródigo” é visto frequentemente como substituto por bêbados, viciados em drogas e atletas sexuais. Mas isso é um erro. Há muitos pródigos retos que desperdiçam os dons de Deus numa busca “respeitável” da riqueza ou do poder ou da sabedoria humana. As vidas são jogadas no lixo em escritórios luxuosos tanto quanto em favelas. Você pode encontrar a “terra distante” em muitos lugares.

O pecado é um desperdício. Leva tudo que é precioso e insubstituível e o destrói. E isso acontece porque tentamos pegar as nossas vidas para nós mesmos ao invés de entregá-los a quem, na sua bondade as entregou a nós inicialmente (Mateus 16:25).

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 07:09 0 comentários

Preparados para sua presença

A Parábola do Traje de Casamento (Mateus 22:1-14) é tão semelhante à Parábola da Grande Ceia que algumas pessoas julgaram-nas como sendo a mesma parábola relatada de maneira diferente. Elas se relacionam com o mesmo tema de uma maneira notavelmente semelhante, mas sua ênfase é diferente. Ambas as parábolas retratam o reino de Deus como uma festa alegre e falam do desprezo de Israel pela bondade de Deus e de sua posição favorecida. Ambas falam da graça de Deus para com os “indignos” e o tipo de povo que mais provavelmente receberá seu reino com alegria. Mas a Parábola do Traje de Casamento acrescenta violência desdenhosa e assassinato às insensatas descortesias ressaltadas na Grande Ceia e contém sinistras advertências de áspera retribuição. Isto não é surpreendente numa parábola contada nas últimas horas da última semana do Senhor, e pode bem se referir à brutal perseguição judaica que estava próxima de rebentar contra ele e seus seguidores. Era uma advertência severa num tempo crítico.

Na parábola do Traje de Casamento, a festa é elevada de apenas uma ocasião social de um homem rico para a festa de casamento do filho de um rei, um caso que ocorre uma vez na vida. E com esta mudança é muito mais ressaltado o tamanho da afronta oferecida pelos hóspedes convidados originalmente e as dimensões de suas conseqüências. O rei não pode tolerar este insolente desprezo por sua majestade, e ainda mais porque seus servos não foram enviados para coletar alguns impostos onerosos, mas para emitir um gracioso convite. Na primeira parábola os convidados apenas perdem a festa; na segunda eles são privados de suas vidas (Mateus 22:7). Como diz aos Hebreus, “... como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hebreus 2:3; cf. 10:28-29).

Contudo, o que sobressai e dá uma identidade especial a esta parábola não é o comportamento daqueles que não comparecem, mas daquele que compareceu: o homem sem traje de casamento. A natureza deste caso tem sido muito debatida por estudantes das parábolas. Tem parecido incongruente para alguns que o rei fosse tão sensível a respeito da roupa de um grupo de pessoas mais humildes, recolhidas nas ruas (Mateus 22:10)! Ela, de algum modo choca, em suas mentes, com o generoso convite estendido a pessoas de todas as classes. Onde essas pessoas, convocadas apressadamente, teriam achado tais vestimentas?

Tudo isto tem feito muitos comentadores concluirem que as vestimentas foram fornecidas pelo anfitrião, deixando até mesmo os mais pobres ou convidados às pressas sem desculpa. Qualquer que seja a circunstância, o homem em questão não achou justificação para si e foi sumariamente lançado fora por essa mesma razão (Mateus 22:12-13). Este caso torna claro que o tratamento sem cerimônia do reino de Deus, quer por aqueles que nunca o recebem, quer por aqueles que o recebem, trará imediata retribuição. Desprezo é desprezo. Indiferença é indiferença. Podem aqueles que foram uma vez salvos ser perdidos? Esta parábola responde com clara afirmação. Que ninguém abuse da graça de Deus (Romanos 6:1).

Não é preciso dizer que, mesmo em nossa era democrática, não se entra na presença da realeza negligentemente. Precisa-se ser treinado nas conveniências da roupa e da conduta. Isto é muitas vezes mais verdadeiro para aqueles que se propõem ficar na presença do Deus vivo. Precisa-se vestir o espírito submisso do temor reverente para se propor comer pão no reino celestial. Podemos, na verdade, não ser capazes de apresentar-lhe a vida sem pecado que ele verdadeiramente merece, mas o mais pobre de nós é absolutamente capaz de levar uma devoção de mente sincera e obediente. É verdade que em sua misericórdia Deus vestiu seu povo com uma justiça que não é deles mesmos, mas há uma atitude de coração que só nós podemos atingir. Na sua linguagem, o apóstolo Paulo diz: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão e de longanimidade” (Colossenses 3:12). Tal espírito cresce da percepção de que estamos sempre na presença do grande Rei e precisamos estar vestidos para a ocasião.

O pensamento da ira divina é amedrontador. Na pregação, ele é, às vezes, totalmente negligenciado. Mas ambas as parábolas da “festa” ressaltam-no. Na primeira, o anfitrião enraivece-se pela desdenhosa rejeição da sua bondade e declara definitivamente que “nenhum daqueles homens que foram convidados provará da minha ceia” (Lucas 14:21, 24). Na segunda, a ira do rei sobe. Furioso com aqueles que desdenharam sua festa e brutalizaram seus mensageiros, ele envia seus exércitos para destruir tanto eles como sua cidade (Mateus 22:7) – será uma referência à destruição de Jerusalém?). E se a punição do homem sem vestimenta de casamento parece branda, em comparação (Mateus 22:13), é preciso ser lembrado que Jesus freqüentemente usou estas mesmas palavras para descrever o julgamento dos ímpios (Mateus 8:12; 25:30). Eles são sinistros, com angústia eterna.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 06:27 0 comentários

A arte da oração



Quem não reza está numa situação muito desconfortável

Rezar é um ato natural, um capítulo da antropologia, exatamente porque o ser humano tem uma abertura congênita para o transcendente, o divino. Rezar é também um ato de justiça para com nossa alma, pois a oração é expressão do espírito, da alma, do coração. É também um ato de justiça em relação a Deus. “Nele somos, vivemos e existimos” (Atos dos Apóstolos 17, 28).


A oração é antes de tudo terapêutica porque pacifica, unifica, ordena a vida, os pensamentos e os afetos. “Os efeitos da oração em nossa pessoa são mais visíveis que os das glândulas de secreção interna”, diz o prêmio Nobel de Medicina (1922), Dr. Alexis Carrel, ateu convertido.


A arte da oração consiste em que o orante se comunica com Deus, com os outros e com ele mesmo e assim faz grandes descobertas, encontra soluções, recebe iluminações e muita força interior. K Jung e V. Frankl são psicólogos que exaltam a importância e a eficácia da oração, sem a qual, as pessoas não se curam de suas neuroses. Eles sabem muito bem que a pessoa orante entra no nível alfa, frequência profunda do cérebro humano.


Quem não reza está numa situação muito desconfortável e até incômoda, porque irá buscar alívio e sedativo no álcool, nas farras, nas drogas e sempre permanecerá vítima do vazio existencial e da solidão. Sempre justificará seus erros e fugas, tendo necessidade espontânea de ridicularizar quem reza, como se a oração fosse o “catecismo dos fracos e perdedores”. De fato, só os humildes e autênticos rezam.


É preciso orar com fé. Acreditar no poder da oração. Rezar é estar com Deus e com os outros. Normalmente a oração verdadeira e profunda leva à compaixão, ao perdão, à solidariedade. O amor é fruto da oração. Rezar é um ato de amor e o amor é consequência da oração. Os santos e os místicos são sempre pessoas de paz, de fraternidade e de ação em favor dos pobres e pecadores. A oração é amor de amizade com Deus que nos leva ao amor-serviço para com os outros.


A oração é uma “alavanca que move o mundo” (Santa Terezinha). De fato, quantas pessoas são vitoriosas frente a doenças, mágoas, decepções, injúrias. A oração as salvou. Quem reza se salva.


A oração é uma ponte. A pessoa orante é fabricadora de pontes, é pontífice. Abatem-se os muros e constroem-se pontes com a sabedoria da prece. Essa ponte vai da terra ao céu e do coração do orante aos irmãos. A escalada da oração é exigente, requer perseverança. É um combate.


A oração é muralha, é escudo, é proteção, é abrigo, é segurança. Quem reza está imunizado contra muitos males. A oração nos protege das tentações. Sem ela caímos na murmuração e abraçamos a tentação.


A oração é escola . O Mestre interior é o Espírito Santo. Na escola da oração aprendemos a prática do bem, a beleza do perdão, a alegria da convivência, a esperança nas decepções. A oração nos faz discípulos, iluminados, sábios, humanos e verdadeiros. Moisés tinha o rosto iluminado após a oração. Irradiava o fulgor de Deus.


A oração enche o orante de audácia e coragem, de força e tenacidade, de luz e compaixão. Jesus não somente reza, mas, ensina a rezar, principalmente a perseverança na oração. Os primeiros cristãos eram “assíduos na oração” (cf. Atos dos Apóstolos 2, 42). De fato, a oração é inspiração de cada momento, recolhimento do coração, recordação das maravilhas de Deus, é força para a luta cotidiana. Eis a arte da oração.


A oração é uma rendição diante de nossa insuficiência e da paternidade de Deus. A oração é a fala entre filhos(as) e Pai. Portanto, oração é questão de amizade, é encontro de duas consciências, duas intimidades, duas existências. Na oração acontece uma troca de olhares, de confidências, de interioridades. Rezar é um ato de amor, um ato afetivo que inflama o orante de amor a Deus e ao próximo.


Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina - PR

terça-feira, 30 de junho de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 06:15 0 comentários

Para desenvolver um bom relacionamento



Identifique qual é o seu perfil dominante para viver bem

O ser humano tem como característica básica a necessidade de companhia, de reconhecimento e de afeto em todas as esferas da vida. Nossa forma de ser, de pensar e de agir influencia diretamente os nossos relacionamentos. No curso de nossas experiências diárias, interagimos com uma grande variedade de pessoas com diferentes estilos de personalidade, as quais exercem impacto sobre a forma como agimos e tomamos decisões.


Segundo Dom Hélder: “Passamos a maior parte de nosso tempo procurando consertar situações conflituosas criadas por inabilidade de relacionamento”. Desenvolver um bom nível de relacionamento com todas as pessoas é responsabilidade de cada um de nós.


Mas como fazer isso? O que é necessário para desenvolvermos um bom nível de relacionamento interpessoal? É difícil nos comunicarmos bem com pessoas que não compreendemos. Frequentemente, interpretamos, de forma incorreta, ações ou palavras de alguém, e, muitas vezes, nos sentimos frustrados ao nos relacionar com aquelas, cujas personalidades são opostas à nossa. Uma vez que compreendemos o estilo de personalidade do outro, encontramos a chave para uma comunicação melhor. Quando compreendemos por que alguém fez ou disse algo, é menos provável que reajamos negativamente. Ter consciência das motivações subjacentes do outro pode permitir que resolvamos os conflitos antes mesmo que estes aconteçam.


Os estilos de personalidade são a linguagem do comportamento observável. Quando paramos para observar, durante alguns momentos ou algumas horas, como as pessoas se comportam em determinadas situações, podemos verificá-los [estilos de personalidade] em ação.


Existem várias definições de perfis comportamentais, de diversos estudiosos. Queremos apresentar aqui uma dessas linhas, com a finalidade de nos ajudar a compreender melhor o outro, de forma a desenvolvermos um bom relacionamento interpessoal. O que trazemos aqui compreende quatro dimensões: Dominância, Influência, Segurança e Controle. Destas quatro, cada indivíduo possui uma dominante, revelando as principais características do seu comportamento.


Uma pessoa com alto índice da dimensão “Dominância” é em geral: sempre atrasada, com pressa; impaciente e impulsiva. Tenta dominar ou tomar conta e é direto. Possui um aperto de mão forte e assertivo. Não se afasta de conflitos, podendo até mesmo gostar deles. Possui determinação para atingir resultados mesmo em situações antagônicas. Desafia a si mesma e aos outros. A chave para ela é o desafio. Com ela é preciso ser direto, franco e objetivo. É preciso deixá-la descobrir as coisas por si mesma. Com ela deve-se discutir fatos e não sentimentos.


Uma pessoa com alto índice da dimensão “Influência” é em geral: Entusiasmada e amigável; positiva e verbal. Gosta de contar histórias e anedotas. É frequentemente desatenta aos detalhes, por isso, pode parecer superficial e impulsiva. Possui um aperto de mão muito amigável. Sorri com os olhos, apresenta muito movimento corporal. Possui estilo aberto e relaxado. Possui capacidade de influenciar os demais a agirem positiva e favoravelmente, é uma pessoa que gera entusiasmo. Irradia otimismo. Com ela é necessário ser antes de qualquer coisa bom amigo e democrático. Com alguém assim é preciso falar sobre ideias e opiniões, criar relacionamentos, reconhecer suas ideias.


Uma pessoa com alto índice da dimensão “Segurança” é em geral: Metódica e organizada. Preocupada com a segurança. Tende a apresentar um ritmo lento e reações mais demoradas. Normalmente é uma boa ouvinte. Possui um aperto de mão amigável, firme, porém, não ostensivo. É geralmente muito cortês. Apresenta contato visual sincero, caloroso e amigável. É persistente. É preciso ter tempo para conhecê-la como pessoa; é preciso usar um ritmo pausado; fazer perguntas, ouvi-la e mostrar-se interessado nela.


Uma pessoa com alto índice da dimensão “Controle” é em geral: Preparada para sua visita, sem pressa, organizada e pontual. É sistemática e disciplinada em termos de tempo. Tende a não compartilhar seus sentimentos, muito polida e diplomática. Tende a evitar o contato visual, por isso, pode parecer “fria” e pouco expressiva. Tem um questionamento preciso, lógico e detalhado. Concentra-se sempre nos detalhes. Com ela é preciso ser sistemático e organizado.


Se você deseja compreender mais detalhadamente como funcionam esses perfis, você pode ler o livro: “Líder do Futuro – A transformação em Líder Coach”, de Arthur Diniz.


O importante é que você, em primeiro lugar, identifique o seu perfil dominante, para depois disso, observar qual o perfil das pessoas com as quais você se relaciona. Esperamos ajudá-lo a compreender melhor o comportamento do outro facilitando o seu relacionamento interpessoal com todos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 14:45 0 comentários

Trabalhar as emoções feridas


Não adianta querer se matiriza guardando tudo no coração
A dificuldade de relacionamento e a possibilidade da mágoa não estão ligadas ao fato de sermos mais ou menos santos. Santidade é fruto de superação. Aliás, muitos santos só chegaram ao estágio de santidade exatamente porque conseguiram superar seus problemas de convivência. Ao lermos a vida dos grandes santos vemos como souberam amar, perdoar, relegar, passar por cima, voltar atrás... Foram mestres em relacionamento não porque não tiveram problemas, mas porque aprenderam a superá-los e a resolvê-los de modo correto.
Problemas existem, dificuldades de relacionamento são relativamente normais. Não podemos, sob nenhuma hipótese, permitir que essas dificuldades se transformem em ressentimentos.
Existem situações que fogem ao nosso controle e acabam por gerar desentendimentos. Mas isso jamais pode ser obstáculo para que vivamos como irmãos e nos amemos cada vez mais. O segredo é não deixar o sentimento negativo se transformar em ressentimento. A verdade precisa aparecer sempre.
É preciso aprender a expressar nossos sentimentos positivos e também os negativos. Não adianta querer se martirizar guardando tudo no coração. Mas é preciso aprender a fabulosa arte de se expressar, especialmente quando somos provocados por sentimentos estragados. Se já é difícil expressar os sentimentos bons, quanto mais expressar corretamente os sentimentos estragados. É preciso saber como falar e, acima de tudo, falar com o objetivo de fazer crescer, de desejar a cura do outro e não a sua destruição.
Ninguém está imune ao ressentimento. Ninguém consegue superá-lo só com alguns bons conselhos. O ser humano vive e se abastece pelo diálogo. Esse é o modo natural de comunicação. Mas parece que nos esquecemos de algo tão óbvio e evidente, e, diante dos problemas de relacionamento, nos fechamos num silêncio sepulcral. Sem a coragem de dialogar não existe a menor possibilidade de evitar que os problemas mais comuns do dia a dia acabem por se transformar em ressentimento.
Assim como a oração precisa ser sincera, o diálogo também deve obedecer a essa lei fundamental. Sinceridade significa estar desarmado. Não há como um diálogo ser canal de cura se eu for ao encontro do outro com o oração armado e pronto para criticá-lo, brigar com ele, ofendê-lo e culpá-lo. Isso não é diálogo, é provocação.
No diálogo fraterno e honesto não pode existir a intenção de ofender o outro ou de devolver a ofensa recebida. Se existe essa intenção, é melhor deixar para outra hora. Tudo o que falamos na hora da exaltação e da raiva só ajuda a aumentar o problema e a aprofundar a ferida.
O diálogo só é curador quando ocorre num clima de amizade fraterna, com o objetivo de solucionar o problema; é curador se ajuda quem fala e quem escuta. Ou ajuda a curar os dois envolvidos no processo ou não é cura do ressentimento. Por isso, o diálogo curador exige a coragem de ouvir. É preciso se colocar no lugar do outro, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, saber como ele está vendo e sentindo a situação.
(Do livro “A cura do ressentimento” do padre Léo)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 15:25 0 comentários

Jesus tinha uma palavra para isso

Jesus certamente viveu mais cônscio do mundo no qual ele andava do que qualquer outro homem antes dele. E de tudo que o rodeava ele tirou ricas metáforas, que fizeram dele um tão irresistível ilustrador e mestre. O Senhor começou cedo, nos seus discursos públicos, a falar com conhecimento de pescadores, agricultores, pastores e comerciantes. Ele tirou expressivas comparações do mundo dos reis e dos príncipes, dos servos e dos pobres, sacerdotes e publicanos, juízes e ladrões. Ele encontrou lições na relva e nas flores, no vento e na rocha. Ele falou muito de vinhas e trigais, de joio, de espinhos e de cardos. Ele conhecia bem o lugar da raposa e o caminho dos lobos e das ovelhas. E falou especialmente do lar, de sal e de lâmpadas, de cozinha e de limpeza, de festas e de casamentos, de pais e de filhos. E suas palavras eram maravilhosas, pelo modo como tornavam a vontade do céu tão real e clara. Muito do que Jesus disse tão expressivamente não estava nas parábolas clássicas, mas em dizeres e ilustrações que eram semelhantes a elas. A. B. Bruce chama-as "germes de parábolas" e G. Campbell Morgan intitula-as "ilustrações parabólicas". Muitas são simples metáforas passageiras que acrescentam clareza a um pensamento, um ensinamento. A primeira aparece no chamado do Senhor a quatro galileus para se tornarem "pescadores de homens" (Mateus 4:19). O Sermão do Monte está literalmente cheio destas ricas analogias, comparações que fazem o pensamento virtualmente saltar da página. É a estas "parábolas" embrionárias de Jesus que queremos dar nossa atenção.Os amigos do noivo (Mateus 9:15)Subitamente, no meio da crescente popularidade do segundo ano de pregação do Senhor, de sucesso do grande ministério galileu, os sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) interrompem sua história para nos dizerem que nem tudo vai bem. Em Mateus 9, Marcos 2 e Lucas 5, cada um começa pela primeira vez a falar da crescente oposição a Jesus nos meios judaicos influentes. Ele não se ajustava confortavelmente ao mundo tradicional deles. Seu ambiente e comportamento completamente não ortodoxos deixavam os líderes judeus muito desconfortáveis, mas sua proposta para .perdoar os pecados de um paralítico em Cafarnaum deixou a equipe de observadores enviados de Jerusalém quase apoplécticos! Aquilo era blasfêmia! (Mateus 9:1-8; Marcos 2:1-12: Lucas 5:17-26). Eles não podiam dizer mais nada, mas Jesus tinha curado completamente o homem diante dos próprios olhos deles! As coisas não melhoram mais tarde, quando ele selecionou Mateus, o publicano, como um dos seus associados e então passou a tarde festejando alegremente com outros tipos também de má reputação (Mateus 9:27-32). Foi ali, talvez perto da porta da casa de Mateus, que os fariseus, numa e estranha ligação com discípulos de João, perguntaram-lhe porque eles e os discípulos de João jejuavam enquanto seus próprios seguidores estavam festejando e regozijando (Mateus 9:14; Marcos 2:18; Lucas 5:33). Jesus respondeu que não era certo que os amigos do noivo lamentassem na festa do casamento enquanto o noivo estava com eles. Haveria tempo bastante para jejuar e ficar triste, ele disse, quando seu amigo fosse tirado deles. Os fariseus e os discípulos de João tinham tentado julgar Jesus pelos seus próprios padrões. Quem deu a ele o direito de quebrar as conveniências? Que tipo de homem santo era este, que passava seus dias festejando? Precisa-se entender os discípulos do Batista. Com João definhando na prisão de Herodes, eles sem dúvida achavam jejuar mais apropriado do que festejar e talvez tivessem sido levados a admirarem-se da aparente despreocupação de Jesus. Os fariseus, por outro lado, eram apenas ritualistas despreocupados que tinham um hábito de procurar crédito com Deus duas vezes por semana (Lucas 18:9-12; a tradição dizia que Moisés subiu ao Sinai na segunda-feira e desceu na quinta-feira). Isso nada tinha a ver com seus corações ou as realidades espirituais de suas vidas. Seus jejuns, como aqueles dos antigos israelitas (Isaías 58:1-9), não tinham nenhuma ansiedade para com Deus.Jejuar fazia algum sentido para os discípulos de João. A mensagem do seu mestre tinha sido um chamado ao arrependimento. Havia conforto nela, mas um conforto moderado. O reino do céu estava próximo, mas quem estava preparado para encontrá-lo? Era uma mensagem necessária, mas não era tudo o que o céu tinha a dizer. E era inteiramente adequado que os fariseus jejuassem, pois o caminho do Senhor era para eles uma pesada carga a suportar. Eles certamente nada sabiam do que Jesus descrevia como "uma fonte a jorrar para a vida eterna" (João 4:14). Mas estarem tristes não era direito para os amigos do Noivo. Jesus havia vindo para trazer plenitude de alegria (João 15:11). E era a alegria do maior casamento de todos, o casamento da terra e do céu! Chegaria o dia quando haveria necessidade de dizer aos seus discípulos que jejuassem; a tempestade que tiraria o Noivo deles já estava se formando. Mas até mesmo isso não seria capaz de afastar a profunda paz, a alegria exultante que ele lhes tinha dado (João 14:27-28; 15:11; 16:21-22). A festa de casamento recomeçaria finalmente numa explosão de triunfo, começando com um túmulo vazio e terminando com um esplendor de glória eterna (Apocalipse 19:6-9; 21:1-4). Cristãos, regozijem!

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 15:12 0 comentários

Desterre seus traumas

Tome a decisão de querer tocar na sua ferida
O grande poder de cura é a Palavra de Deus. Quando ela entra em seu inconsciente começa a agir. Mesmo que você não sinta, saiba que ela está agindo. Mas Deus não nos violenta, Ele só age em nós quando permitimos. O Senhor trabalha no diálogo, curando cada situação que vamos pedindo a Ele, por isso há a necessidade de fazermos um roteiro. Precisamos nos conscientizar de quais as áreas da nossa vida precisam ser equilibradas.
Quando as coisas não estão bem na nossa vida, quando acontecem situações difíceis conosco, buscamos culpados ou desculpas. Fracassos não resolvidos são semente de novos e maiores fracassos. Existem pessoas que trazem traumas desde o ventre materno, assim como há aqueles que são provocados por outras pessoas. O trauma é o grande inimigo seu e meu e 99% das doenças provêm dessa perturbação, atingindo três áreas de nossas vidas: física, espiritual e psicológica.
Muitas vezes, semeamos traumas dentro de nós, os quais vêm à tona mais tarde. Existem sementes que germinam de um dia para o outro, mas existem algumas que precisam de anos para que isso ocorra. São Paulo, em sua carta, afirma que há também em nossa vida espiritual sementes de mágoas e traumas que caíram em nosso coração e foram enterradas, e, muitas vezes, o que tentamos fazer é esquecê-las.
É preciso trazer à luz a experiência vivida que está guardada em nós, gerando vícios. Todos esses males têm como raiz um trauma que precisa ser desenterrado. Ele é como uma torneirinha pingando; enxugamos o local, mas depois está molhado novamente. Muitas pessoas fazem uma confissão sincera e mesmo assim continuam pecando, porque, na verdade, são portadoras de traumas e precisam ser curadas na raiz do problema. Por isso, peça que o Espírito Santo venha curar as áreas que você realmente precisa.
Todo processo de arrancar é doloroso, não é rápido nem automático. Nós estamos mal-acostumados com meios fáceis e rápidos, como o celular, o avião, o controle remoto e em tudo queremos rapidez. Corremos o risco de pensar que com as realidades espirituais e afetivas deve acontecer a mesma coisa.
Na verdade, os traumas só são curados a partir de uma decisão pessoal. As pessoas que não são capazes de fazer pequenas renúncias, não farão as grandes.
Primeiramente, você tem que tomar a decisão de querer tocar na ferida, consciente de que se não desinfetar a área machucada vai complicar ainda mais. Também é preciso identificar quais são os seus traumas. Use sua memória para retomar a situação de pecado que você viveu – naquele que você sempre caiu – e peça a Deus o discernimento para descobrir a raiz desse mal [pecado].
artigo compilado de palestras do Padre Léo de Nov. 2005

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 07:24 0 comentários

Um Deus mocinho ou bandido?

Quando o sofrimento é do outro, tudo se explica.


No meu ministério de atendimento aos sofredores de modo geral, uma coisa tem me intrigado: por que a maioria das pessoas atribui a Deus a “culpa” pela sua situação difícil? Isso seria consequência de uma formação religiosa superficial ao ensinar que, em vários sentidos, Deus é origem de todos os movimentos sobre a face da terra? Seria uma indevida aplicação da terceira lei de Newton com relação à espiritualidade, fazendo-nos pensar que, aí também, todo efeito tem uma causa? Seria essa mentalidade provocada pelo senso comum da narrativa literária ocidental ao afirmar que em toda história tem de haver necessariamente um mocinho e um bandido?
É incrível, mas pessoas piedosas e com grande abertura para o bem e para a paz, quando são assoladas pelo sofrimento, migram para o infrutífero lugar de vítima. Parece que enquanto o sofrimento está no outro, tudo se explica e se consola a poder de reza, tudo se encaixa na ordem do mundo espiritual e fica fácil falar em coisas perigosas como “os desígnios de Deus”; e é automático recorrer à imensa gama de clichês bíblicos que tentam impor a resignação. Mas quando o sofrimento chega pela porta dos fundos, ou seja, quando seu destinatário são essas mesmas pessoas piedosas, então nada daquilo que foi dito para o outro serve para si mesmas, todas as certezas parecem ruir e todo sólido discurso religioso parece dissolver-se no ar.
Muitos cristãos não conseguem assimilar o sofrimento como algo que faz parte da vida, mesmo sendo esse segredo o que há de melhor no Cristianismo. Tão familiarizados com a dor que mana do crucifixo e tão acostumados a reler Jesus alertando que a dor faz parte do nosso caminho – “no mundo, tereis aflições”, “renuncia a ti mesmo, toma a tua cruz”, “bem aventurados os que choram”, entre outros –, nós às vezes sofremos como pagãos, como os que “não têm esperança” (cf. 1Ts 4,13).
Podemos nos colocar frente ao sofrimento pelo menos de duas formas bem distintas. Podemos considerá-lo uma espécie de “boletim de ocorrência” que precisa ser investigado até que se encontre o culpado (e quase sempre já iniciamos a investigação tendo Deus como único suspeito). Ou podemos encará-lo como um mistério; e ninguém ousa interrogar mistérios, porque soa desrespeitoso e inútil. Mistérios nós apenas contemplamos e nos deixamos tomar por eles. Se possível, buscamos encontrar neles alguma beleza ou algum aprendizado, para que não passem por nós em vão. Não há nada mais a fazer. O resto é silêncio, paciência e espera em Deus.
A Escolástica nos ensinou que Deus é sumamente imutável, impassível e feliz: nada pode abalar Seu estado de espírito, nada pode impeli-Lo de coisa alguma. Ensinou-nos também que o Altíssimo é Onipotente e pode absolutamente tudo. E que, se Ele pode tudo e não o faz, é certamente porque não o quer. Logo, o sofrimento de uma pessoa seria claramente vontade divina. Esse é o conhecimento teológico necessário para se formular a imagem de um Criador frio e indiferente. Portanto, é urgente acrescentar a tudo isso o maior atributo do Todo-poderoso: a compaixão. A natureza divina não sofre em si mesma, porque é perfeita e completa. Mas o Senhor sofre, sim, em relação aos outros. Ele sofre por amor a nós. Essa é a face de Deus Pai revelada por Jesus: um Deus que sofre com os que sofrem e chora com os que choram.
Amar não significa impedir, a todo custo, o sofrimento do amado, mas sim, manifestar-lhe companhia e apoio quando surgir o infortúnio inevitável. Se uma mãe estivesse determinada a impedir qualquer sofrimento de se aproximar de seu filho, ela não o deixaria sair do útero, nem cortaria o cordão umbilical, tampouco o deixaria brincar, ir à escola, entre outros. Isso, claro, não seria amor, e sim, absurdo egoísmo, “fagocitose” afetiva. Porque é impossível crescer e ser feliz sem experimentar o sofrimento, consequência natural do confronto de liberdades humanas.
Entender isso no geral é até fácil. Difícil é aplicá-lo concretamente na dor particular, no drama de um momento pontual. Também há desníveis na forma de encarar os diversos tipos de sofrimento: físico, psicológico, moral, acidental, provocado, e assim por diante.

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 06:48 0 comentários

Papeis De Parede 1


terça-feira, 16 de junho de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 10:40 0 comentários

Por que amamos tanto o pecado?

É comum ouvir: 'Não aguento mais ficar sem sexo, sem bebidas...'


Sim, isso é uma pergunta, contudo, nessa circunstância, terei a ousadia de conjugá-la como uma afirmação: “Sim, amamos muito o pecado...”. Todavia, do título inicial quero conservar o interrogativo: Por quê?
Essa afirmação se fundamenta no ofício de observar, na arte de contemplar corações em um constante “debater-se” diante das razões e significados que compõem sua própria existência.
Ao observar alguém que abre mão de um vício/pecado, procurando desvencilhar-se dele através da renúncia, percebe-se – não raras vezes – um profundo sofrimento, e até mesmo revolta em virtude da ausência do pecado. É como se tal coração julgasse estar prestando um favor imenso a Deus por estar abrindo mão daquilo que mais ama.
Mas por que se ama tanto os próprios pecados e vícios? Por que se inventam tantas desculpas para justificá-los? E por que sofremos e nos debatemos tanto por sua ausência?
Há quem brigue fazendo de tudo para defender o seu próprio pecado, para convencer a todos que ele é algo normal, e que é, até mesmo, uma “virtude”.
Não se costuma ouvir pessoas dizendo: “Eu não aguento mais ficar sem adorar a Jesus na Eucaristia. Já estou ficando louco! Preciso adorá-Lo agora!”. Mas, infelizmente, é comum ouvir muitos entoando: “Não aguento mais ficar sem sexo, sem bebidas, drogas, prostituição, nem sem pensar e falar bobagens... Estou ficando louco sem isso!”.
É lastimável, mas, na maioria das vezes, Deus fica tão pequeno dentro de nós diante da força e expressão que possui o pecado, que dá até – metaforicamente falando – para ter dó do Senhor, pois, Ele acaba ficando sempre em segundo plano diante de nosso amor ao pecado.
"Se faz de tudo para possuir o que se ama!”. Diante de tal enunciado desvela-se a imprecisão de muitos corações que professam um amor profundo a Deus, mas, não são capazes de “mover uma palha” para estar com Ele e saber um pouco mais como funciona o Seu belo coração. Se “ama” tanto a Deus que não se é capaz de deixar de assistir a um jogo de futebol para ir à Santa Missa... Contudo, para estar com o pecado parece que a disposição é sempre nova e real.
Perguntemo-nos: Pelo que meu coração tem lutado? O que ele tem verdadeiramente buscado e desejado? E mais: o que ele tem amado? É preciso ser realmente sincero consigo para responder a essas perguntas e para perceber onde, de fato, tem se ancorado o próprio coração.
O caos – ausência de ordem – estabelece-se quando o príncípio que move o coração deixa de ser Aquele que o criou. Assim, os próprios valores desvalorizam-se e o homem fica de “ponta cabeça” valorizando o circunstancial – aquilo que passa – e esquecendo-se do eterno – lugar onde reside a verdadeira realização.
Exerçamos com sensibilidade essa observação e descubramos sinceramente em que paragens têm peregrinado o nosso coração, para assim poder, com inteireza e responsabilidade, direcioná-lo ao Seu verdadeiro bem.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Posted by Grupo de coroinhas São Domingos Sávio On 09:42 0 comentários

Papeis de paredes 2